sábado, 23 de maio de 2009

Vinte e três

São vinte e três possibilidades - um pouco mais se você incluir o espaço em branco, travessão, hífen e pontuações. Você entra com o estilo, a imaginação, o sentido - ou nenhum sentido - e do emaranhado de letras sai um texto. Que pode ser uma obra acabada, o rascunho de uma obra ou, na maior parte das vezes, só um rascunho mesmo. O que importa é que está lá, registrado numa folha de papel, numa página de livro ou da internet. Se vai ganhar o mundo, se vai ganhar o Pulitzer, ah, isso não é tão importante. O que importa é que você sentou, encarou e de lá saiu alguma coisa, uma pensamento, um sentimento, uma confusão, qualquer coisa. Você veio, deu o recado com a máxima sinceridade e depois saiu. Não é todo dia que você vai estar inspirado. Ainda bem. Se assim fosse, só teríamos livros geniais de caras geniais para ler. E você precisa de pessoas normais produzindo para encorajá-lo. A mexer em suas feridas, a buscar o inusitado, a brincar com a imaginação, a se conhecer pelo espelho do lap-top. Escrever nos possibilita entrar na pele de vários personagens. Um deles é a própria pessoa que escreveu. Que dentro do texto corrido costuma ser mais sincera do que ao vivo e a cores. Mesmo que não pareça, sempre é. Se não pareceu, é porque você não leu as entrelinhas.

Um comentário:

  1. As vezes prefiro não comentar, mas estou sempre aqui, lendo as entrelinhas... Beijos

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