terça-feira, 26 de maio de 2009

Stress

Ao dobrar a esquina, Joana não viu que Adelaide vinha distraída na direção contrária. Bateram forte, mas ninguém se feriu gravemente. Foi mais o susto. Então, recompostas da taquicardia, as duas iniciaram um bate-boca que por pouco não acaba em pancadaria:
- Aí, sua vaca, não olha pra frente, não?
- Você que é braço, sua piranha.
- Braço? Olha aqui o meu todo arranhado por sua causa.
- Queria é ter arrancado ele inteiro.
- Ah, é? Vadia, filha de uma p...
- Cala essa boca senão amasso esse nariz de tucano.
- Melhor que essa papada de boi nelore.
- Papada? Vai fazer uma plástica nesse pescoço de tartaruga.
- Bruxa pelancuda!

Nisso chega um homem, que tenta apartar a briga:
- Que é que tá acontecendo aqui, meu Deus?
- Essa rameira que bateu com o carrinho dela no meu.
- Eu que bati? Vai fazer exame de vista, cegueta.
- Peraí, gente, ninguém se machucou, né?
- Não, mas essa qualquer quebrou minha caixa de ovos.
- Ah, é? E esse pacote de biscoito polvilho? Esfarelou tudo.
- Mas senhora, é só ir até a prateleira e trocar as compras que estragaram por outras. As senhoras ainda não passaram no caixa.
- Não, quero que esse cão chupando manga pague meus prejuízos.
- Viu como esse tribufu é sem noção?
- Ah, vá rodar bolsa na esquina, vai...

Aí chega o repositor de estoque do supermercado, que pergunta gentilmente:
- Posso ajudar?
- Não, sai daqui, ô maconheiro.
- Não se intromete, seu puto.

Um comentário:

  1. Nossa!!! Vc aproveitou e colocou todo o stress pra fora!!! hehehe Deve ser uma boa terapia!!!! Bjsss

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