segunda-feira, 9 de julho de 2012

Porque eu não gosto do UFC

Nunca fui de briga.
Ok, saí no pau com irmãos e às vezes exagerei, mas sabe como é irmão, conhece nossas feridas e sabe cutucá-las como ninguém.
Mas fora de casa, lembro que me meti em um ou outra confusão na adolescência e só.
Teve vezes em que me senti covarde ao não comprar a briga de algum colega, mas enfim, a chance de um garoto franzino e sem o cacoete da luta como eu se dar mal, era grande.
Antes pensava se ter fugido da briga poderia fazer falta lá na frente, se a ausência de cascudos deixaria minha couraça emocional mais frágil.
Depois a gente descobre que há várias maneiras de moldar seu caráter e não necessariamente passam pelo corredor do pronto socorro.
Há decepções amorosas, profissionais, medalhas que deixamos de ganhar, vestibulares que não passamos, investimentos que deram prejuízo, assaltos, um sem número de reveses mais do que suficientes para testar sua tenacidade.
Para mim, que não pratiquei arte marcial alguma, nem mesmo um batismo de judô, conversas sobre lutas nunca passaram de curiosidade.
Assim também considero o MMA.
As pessoas ficam histéricas às vésperas de uma grande luta do UFC, principalmente envolvendo super-campeões como Anderson Silva.
Sei que mexe com nossos sentimentos mais baixos, mas sinceramente, há muitas formas de expurgar meus demônios.
A subjugação física fica inclusive aquém da psicológica, essa sim uma violência que deixa cicatrizes mais profundas, mas ao menos não no rosto ou na coluna.
Só porque a violência nesse "esporte" está dentro das regras, não quer dizer que eu vá aprová-la.
Aliás, eu desconfio daqueles que quase salivam ao comentar como um lutador arrancou os dentes de seu oponente ou lhe fraturou a clavícula sem dó.
Isso eu acho normal no Macarrão, no serial do Realengo, na Sra Yoki.
Mas até tu, Brutus?