quinta-feira, 21 de maio de 2009

Saudosa voz

Uma das coisas que me dá saudades de vez em quando é daquela voz da locutora que anuncia o próximo vôo no aeroporto. Bem, na verdade é saudades do aeroporto inteiro. Desde sair do táxi no portão de embarque, passando pelo check-in, por aquele amontoado de turistas de várias nacionalidades, pela lanchonete que parece que, com preços ainda em reais, já cobra em dólar, da banca onde compramos revistas para esperar o vôo. Não sei quem disse que viagem é o dinheiro mais bem gasto que existe. Assino embaixo e bato o carimbo de autenticação. Toda vez que vejo alguma revista, anúncio ou reportagem sobre viagens, já sou transportado para a atmosfera de preparação que antecede a próxima. Escolher os destinos, traçar o roteiro - considerando os melhores dias para estar em cada lugar -, providenciar algum visto necessário, comprar uma ou outra cueca e meia, checar os limites dos cartões. Toda viagem tem um pacote básico de providências, que pode ser incrementado conforme as exigências do viajante abastado ou as necessidades do mochileiro. Mas a preparação mais cuidadosa ainda está sujeita a pequenas roubadas. São os famosos perrengues, que apesar de desagradáveis no momento em que acontecem, se tornam os melhores condimentos das suas memórias de turista. Já que a viagem oferece o benefício de sair do piloto automático, há que se receber de bom grado os imprevistos. Pois é disso que se trata a viagem, uma sucessão de descobertas a cada esquina. Viajar é sonhar de olhos abertos um sonho com nexo. Quando passo a responder 100% por reflexos condicionados, como antídoto eu me prescrevo uma viagem. O único problema é que, infelizmente, não sou eu quem pode me dar uma licença médica.

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