segunda-feira, 25 de maio de 2009

Na firma, como os firmeiros

Desde que firma é firma, existe um código de comportamento que dever ser seguido se neguinho quer sobreviver lá dentro. Em geral esse código é um mix de cultura corporativa - que o executivo já possui por carga genética ou traz lá dos tempos de estagiário, aprendido na porrada - com a cultura da própria empresa em questão. Estamos falando do bom-mocismo carreirista redenominado marketeiramente como inteligência emocional. Que em outras palavras é a sua capacidade potencializada de engolir sapos. Não que engolir sapos não seja prática que remete ao período firmazóico do capitalismo. Mas ultimamente tantos são ingeridos diariamente que entre executivos já são a maior causa de azia corporativa, muito mais do que aquele cafezinho engolido de estômago vazio. Fazer o quê, lei da sobrevivência. Antigamente, com menos concorrência entre empresas e entre funcionários, todo mundo tinha seu espaço delimitado. As pessoas se conheciam e eram reconhecidas por um cargo ocupado dentro de uma empresa, muitas vezes por 20, 30 anos, não raro até a aposentadoria. Hoje, dentro da guerra corporativa, o índice de descartabilidade cresce exponencialmente na mesma medida em que pessoas se tornam números em budgets de contratação. O jeito é engolir em seco naquele momento em que seu saco vai pra lua e você fica na beira do precipício corporativo, sem saber se dá um passo para o suicídio ou senta e conta até cem. Pena que isso acabe favorecendo o funcionário bundão, que movimenta a cabeça para cima e para baixo todo o tempo, quando deveria fazê-lo para os lados também. O CEO está nu e não sabe.

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