terça-feira, 5 de maio de 2009

Rotina, ame-a ou deixe-a

Estou eu aqui trabalhando nessa terça-feira como outra qualquer, pensando que logo mais é sexta, e um pouco mais é meio do ano. Engraçado é que outro dia estava dando lição de vida, falando que todo mundo deveria fazer algo a 180 graus da sua rotina de vez em quando, para ver no que dava. Mas coisa ousada, não vale só trocar o percurso casa-trabalho-casa. Aí eu me deparo com a fronteira primeiro/segundo semestre e vejo que não fiz 20% do que preguei. Só algumas tentativas de mudar de rota em 4 meses. Mas eu sei porque e tenho que admitir. Gosto da rotina. Além da conta. Gosto de voltar e ficar em casa. Gosto de DVD e de livro. Gosto de papo no mesmo bar e com os mesmos amigos. Hoje, por exemplo, daqui vou correndo ver meu time enfrentar de novo o mesmo adversário de algumas semanas atrás. Provavelmente acompanhado daquela mesma pizza que nunca chega fumegante em casa. Normal. O ser humano, como dizem os psicólogos, tende à zona de conforto, se apega ao conhecido. Mesmo quando chamamos de conforto um sofá puído com uma ripa pegando na coluna por baixo do estofado frouxo. Mesmo com a pulga cutucando o tempo todo atrás da consciência. Mas quer saber, conforto nenhum compensa a falta daquele friozinho na barriga que faz a vida valer a pena. Por isso minha promessa para meu reveillon imaginário de meio de ano é correr mais riscos. Até Sísifo - aquele que no mito grego foi condenado a rolar uma pedra todos os dias até o topo de uma montanha, que em seguida voltava a rolar morro abaixo - poderia ter escapado da rotina. Poderia ter subvertido seu calvário num esporte radical de montanha, por exemplo, um downhill pedestre onde o atleta tivesse que fugir da pedra rolante. Pensando bem, a gente não precisa dar uma guinada absurda no dia-a-dia. Basta construir uma rotina suficiente divertida para nunca enjoar dela.

Um comentário:

  1. Legal o texto! É verdade, nos apegamos a rotina... Essa rotina é o que somos e nos sentimos mais seguros. Mas que as vezes dá vontade de mudar tudo, dá! Só que mesmo sabendo que a vida passa tão rápido, não temos coragem de mudar, pois fica difícil de mudar se não for 180º.

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