domingo, 7 de junho de 2009

Fechado para balanço

Na noite de sábado já tiro o telefone da tomada antes de dormir. Porque o domingo, de acordo com a lei de Deus, foi me dado como direito. Eu decido quando abrir os olhos. Quando sair da cama. Eu é que faço a opção ou não de perder o dia no sofá, zapeando porcaria na tv. Eu é que digo quando meu estômago pode ter fome. Eu é que escolho deixar ou não meus cabelos desgrenhados e ensebados por todo o decorrer do período. Eu é que faço do meu domingo um dia útil ou um caprichosamente inútil. Domingo é o intervalo do jogo. É a entressesafra. O hiato entre o êxtase do sábado e o torpor da segunda. O uniforme oficial do domingo é o pijama. Mas como é domingo, você não tem nenhuma obrigação de ficar com ele. Aliás, domingo é o dia da desobrigação. A desobrigação de acordar, levantar, se arrumar, cumprir horários, seguir agendas, comer na hora certa, ligar para dar satisfação. Domingo é tão desencanado que as vezes até esqueço de cagar. Ou seja, nem o cu cumpre ordens no domingo. O domingo foi feito para o nada. Para ficar de olhar perdido mirando esse nada. Domingo é a tecla stop para os sadios e a tecla pause para os estressados. Antes eu ficava triste com a musiquinha do Fantástico que anunciava a segunda. Hoje essa mesma musiquinha anuncia que ainda tem muita programação depois para eu ficar vendo de bobeira até cair no sono.

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