domingo, 14 de junho de 2009

Amadurecer

Escrever de madrugada tem várias consequências. Uma é o sono, que as vezes bate forte durante a escrita e faz você perder o fio da meada. Outra é a minha tendência de abordar assunto sério e acabar caindo em pieguice, escrevendo resoluções de vida. Uma terceira é me exigir sinceridade, pois já que estou fazendo hora extra para preencher esta página, procuro evitar meias palavras. Embora seja difícil não tentar sair pela tangente quando o assunto é tão pessoal quanto o próprio amadurecimento. Amadurecer é um processo de esgotamento. É a falência de um modelo que não está dando certo. É parar de culpar os outros e as circunstâncias. É admitir sua responsabilidade e seus limites. Amadurecimento é uma escolha. Chega uma hora em que você tem que optar entre continuar dando desculpas ou resolver de vez o problema. E não é fácil. Na nossa visão imatura, uma solução mágica deveria nos ser entregue de mão beijada. Na era assim na nossa onipotência infantil? Era chorar e receber. Mas a gente cresce, as dificuldades aparecem e percebemos que não vai ser tão simples. Vamos ter que arregaçar as mangas e dar nossas cabeçadas se quisermos conquistar coisas. Com a desvantagem de não poder chamar a mamãe ao primeiro fracasso. Aí descobrimos que nem tudo que a gente quer é possível. E das coisas possíveis, a maioria não é fácil. Então temos duas escolhas. Deixar para o destino ou os outros resolverem nossas questões - e botar a culpa neles se não der certo. Ou assumir nossas próprias responsabilidade por nossos êxitos e fracassos. Admito que já culpei muito meus pais, meus chefes, as pessoas a minha volta pelos meus insucessos. E, de verdade, cansei disso. Resolvi que daqui para frente vou ser 95% responsável por meus atos e omissões. Os outros 5%, deixo para o destino. Porque 100% maduro, graças a Deus, nem até o final da vida vou conseguir ser.

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