quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dominação silenciosa

Quando lançou “Admirável mundo novo”, se não me engano na década de 30, Aldous Huxley profetizou o bebê de proveta, o prozac e outras modernidades que já viraram lugar comum. Hoje, depois de tantos livros e filmes preverem a dominação do mundo pelas máquinas, ninguém mais duvida de que isso vai acontecer a qualquer momento. Desde que o campeão de xadrez Gary Kasparov tomou pau do Deep Blue, a confiança na supremacia da raça humana nunca mais foi a mesma – esse fato foi tão traumático quanto a perda da nossa ingenuidade naquele caso onde um parente do flipper matou um mergulhador. Pois é, desde então os robôs se deram conta de que é só uma questão de tempo para assumirem esse planeta falido e descontarem nos humanos anos e anos de jornadas prolongadas sem férias nas fábricas da Fiat e Volkswagen. Essa certeza de um dia assumir a Casa Branca e colocar o Obama de mordomo não vem só do avanço tecnológico que vai deixar eu e você no chinelo. É que neguinho também resolveu descambar e facilitar para os cibernéticos. Estou me referindo a massa de ignorantes que está crescendo justamente pela má influência dos meios eletrônicos, que devem ser parceiros ideológicos dos robôs. É muita coisa ruim na tv, muita porcaria na internet e pouco conteúdo que realmente vale a pena. Não estou aqui fazendo apologia dos livros ou do canal
Futura, apenas acho que nossa referência tem sido Big Brother demais e George Orwell de menos. Enquanto isso, na surdina, os robôs devem estar se infiltrando nas escolas, bibliotecas, cineclubes, fazendo de tudo para acelerar o processo de tomada de poder. Um dos seus colegas pode ser um robô e você nem desconfia - provavelmente aquele que você acha que está subindo porque deve estar comendo a vice-presidente. Aliás, um desses robôs dissimulados, um tal de Schwarzenegger, foi tão engenhoso na tarefa de se passar por humano que até hoje ninguém desconfiou disso. Chegou até a convencer como ator interpretando um robô num filme, decerto porque ninguém sabia que interpretava a si mesmo. E assim, ganhando a confiança e a simpatia das pessoas, acabou eleito governador da Califórnia, provando que sim, os robôs ainda vão dominar o mundo.

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