segunda-feira, 29 de junho de 2009

Disparate

Como disse em outro post, semana passada estive no festival de publicidade de Cannes. Numa das noitadas de lá, nos bares frequentados tanto por participantes do festival quanto por turistas de férias na cidade, lembro que troquei idéia com uma garota da Honduras, que também estava ali por causa da propaganda. Foi bem rápido, tinha uma galera dançando na rua em meio a uma fumaceira de balada. A garota estava lá como young creative - uma espécie de jovem talento - de seu país. Logo imaginei que não devia haver mais do que dez representantes de Honduras no festival. Pois bem. Daí que eu chego no Brasil, abro o jornal e vejo a notícia de que o presidente de Honduras fora vítima de um golpe militar com o apoio do congresso de seu país. Não cheguei a ler a notícia, me parece que o presidente tentava prorrogar seu mandato contrariando a constituição de lá. De qualquer maneira achei estranho que isso ainda aconteça em países onde imaginei que a democracia estava consolidada. Daí lembrei do perigo que representam certas conjunturas políticas que envolvem abuso de poder, corrupção e outras ameaças as instituições democráticas. Fiquei pensando na menina lá em Cannes, bem longe de casa, procurando aprender o que há de mais moderno em linguagem e tecnologia de comunicação para aplicar num país que acabou de sofrer um golpe militar. Mas o festival certamente estava coalhado de gente da China, Coréia do Norte, Rússia e outros onde o regime político também não é dos mais liberais. Ou seja, situacionistas podem ser depostos e oposicionistas presos e exilados de seu país. Já o Ronald Mcdonald, imagino que vai continuar tendo recepção de chefe de estado aonde for.

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