terça-feira, 21 de abril de 2009

Obra do acaso

Ontem estava contando a amigos um relato que li a respeito da gravação de "Caçadores da Arca Perdida", um dos meus filmes prediletos. Na gravação da sequência mais cara do filme, que seria rodada se não me engano no Cairo e com milhares de figurantes, o diretor Spielberg se dá conta do atraso do astro Harrisson Ford. Ao se informar do paradeiro do ator, fica sabendo que este amanhecera impossibilitado de trabalhar devido a uma forte gripe. Aflição no set, já que todo cenário estava armado para rodar a sequencia épica de luta de Indiana Jones contra os árabes. Quando tudo apontava para atraso, estouro de orçamento e produtores no encalço do diretor, eis que o gênio de Spielberg, num estalo providencial, fez a diferença. Chamou membros da equipe e propôs trocar a sequencia de luta por um único duelo entre Indiana e um árabe. Depois de uma ameaçadora demonstração de destreza com a espada por parte do árabe, o herói resolveria o embate com uma atitude anti-heróica: sacando tranquilamente seu revólver e desferindo um tiro mortal. Sob gargalhadas de aprovação, o diretor ligou para o agente do ator e propôs ao astro que viesse ao set e permancesse por 15 minutos para a gravação de uma única cena. Harrisson concordou e protagonizou a cena mais memorável do filme e das mais lembradas da história do cinema. Obra do acaso? Nem tanto. Dizem que a sorte encontra os mais preparados. Nesse caso o imprevisto se transfigurou em sorte quando encontrou um gênio.

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