domingo, 19 de abril de 2009

Filmes policiais

Acabo de ver “Os donos da rua", um policial ruinzinho estrelado por Keanu Reeves e Forester Whitaker. Não gosto de ver filmes na tv, para mim filmes são necessidades de momento e assim, o cinema e a locadora são mais democráticos do que a imposição da grade. Mas para preencher o final de tarde modorrento desse domingo, o policial parecia bastar. Como eu esperava, foi uma sucessão de clichês hollywoodianos. O mocinho, o investigador representado por Keanu, é um matador impulsivo que gera ciúme entre seus colegas pelo seu ótimo desempenho dentro da corporação. Daí é envolvido na morte de um policial e começa a desconfiar de acontecimentos estranhos, até chegar a um caso de corrupção na polícia. Óbvio que no final, o mocinho e os bons valores triunfam. Porque mais do que a necessidade dos estúdio de faturar, o enredo do filme reflete a nossa necessidade de redenção e de se fazer justiça. Além da projeção no herói, essa figura mítica que vive dentro de cada um. Sem contar que nesse caso a arte não imita a vida, então os finais redentores servem como esperança de tempos melhores, com menos corrupção e mais segurança. Ou seja, o cinema se presta ao papel de literalmente iludir, nos fazendo acreditar que nosso modelo de sociedade ainda é viável. O que não chega a ser nocivo, pois sabemos se tratar de entretenimento. Menos mal do que perder duas horas na frente de uma tela sem testemunhar um único vislumbre de refinamento criativo.

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