segunda-feira, 27 de abril de 2009

Ambiguidades

Querer ou não quer, eis a questão. Até onde a gente quer ou não? Sucesso, amor, paz? Desejo ou necessidade? A vida é curta, dizem. A gente só se arrepende do que não faz, enfatizam. Acabei de ler um trecho do livro do Lowen. Mais ou menos, ele diz que mudança gera tensão, desequilíbrio, desgaste. E como é sabido, tendemos a mesmice. Daí a dificuldade de sair do lugar, daí talvez a gente se pergunte tanto se de fato queremos. E o querer é racionalizado, se descola do desejo. Só se justifica enquanto necessidade. Mas de quantos supérfluos não é feita a vida? Abra seu armário e a sua estante. Quanta coisa acumulada de que você não precisa. Quantos desejos satisfeitos justificados como necessidades de ocasião. Se a vida é feita de momentos, e se os desejos são necessidades momentâneas, então a vida é feitas de desejos, ok? Parece um sofisma. Mas é assim que me justifico. Quero porque quero porque quero agora. Amanhã provavelmente não saberei porque quis.

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