domingo, 3 de janeiro de 2010

Quero ser pequeno

Neste Natal errei no presente do meu sobrinho João Pedro.
Tô careca de saber que ele adora caminhão, mas sabendo que ele já tem uns 40, quis variar e comprei um daqueles carros de controle remoto cheios de manobras firulentas - na verdade, é como se tivesse comprado para mim.
De nada adiantou aquele aviso de "acima de 8 anos" na lateral da embalagem -O João Pedrinho tem apenas 3 anos. Meu sobrinho nem abriu a caixa, ao contrário do que acontece quando debaixo do papel de embrulho ele encontra um caminhãozinho mequetrefe.
Daí que eu me peguei pensando porque a gente quer que os guris cresçam tão rápido. A gente acha uma gracinha criança falando que nem adulto e eu vira e mexe falo com meu sobrinho de igual para igual como se ele fosse obrigado a entender a mensagem.
Justo eu que sempre reivindiquei poder ser uma criança eterna.
Vejam bem, não me entendam errado. Não estou falando do crianção imaturo que não assume suas responsabilidades - embora as vezes até esse possa ser perdoado.
Tô falando dessa coisa de preservar o espírito brincalhão mesmo, a malfadada criança interior.
Lembra daquele filme "Quero ser grande"?
O rapazinho foi atendido em seu desejo de se tornar adulto para perceber que o mundo dos adultos pode ser tão ou mais infantil do que o universo das crianças. Aliás, o mundo corporativo chega a ser infantilóide em suas disputas de poder e ego - eca!
Resultado: preferiu voltar a infância, onde poderia ser criança de fato e direito, naquela inocência que a vida nos induz a perder.
Taí: prefiro resgatar essa criança do que viver essa criancice que muito adulto por aí acha que é sério.

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