domingo, 27 de maio de 2012

Falando sobre Kevin

Confesso que tenho medo de filmes de terror.
O meu temor tem mais a ver com o sobrenatural e menos com assassinos seriais como Jason.
"Precisamos falar sobre o Kevin" não é filme de terror, mas sobre a gênese de um assassino, e que me deixou perturbado.
O tema "psicopatia" não é novo no cinema e, embora não tenha conhecimento técnico, já debati diversas vezes a respeito.
Ainda assim esse filme me intrigou.
Presumindo que eu saiba um pouco sobre essa patologia, e sabendo de antemão sobre a história, quis verificar como a diretora do filme daria pistas do desenvolvimento de um psicopata.
Apesar de algumas cenas onde temas como rejeição, frieza e despreparo foram abordados, difícil colocar no personagem da mãe toda a culpa pelo ocorrido.
Verdade que algumas pessoas não nasceram para ser pais, mas nesse a personagem de Tilda Swinton cumpre bem seu papel de mãe com a irmã de Kevin.
Talvez todos os problemas anteriores, somados à dubiedade da educação de uma mãe fria e um pai adulador possa ter confundido ainda mais a mente perturbada de Kevin.
Mas tudo isso não justifica e explica o todo, já que em alguns momentos a mãe tenta uma aproximação com o filho para se redimir.
Ao final estamos tão confusos quanto ela, na procura de um "onde foi que eu errei".
Não há abuso infantil, nem pobreza, nem grandes traumas.
Tudo acontece no seio de uma família de classe média alta americana, com acesso a boa educação e todos os luxos.
A única coisa que falta é amor, e essa falta se prova fatal.

Um comentário:

  1. O que mais me deixou perplexo no filme foi a questão do "gosto acostumado". Se for pensar bem, tem muita coisa na vida que a gente não gosta de verdade, simplesmente se acostuma. E isso traz consquências.

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