sábado, 15 de setembro de 2012

A educação

O Clint Eastwood, em uma entrevista, disse que os maricas surgiram a partir do momento em que as pessoas começaram a procurar um sentido para a vida.
Achei engraçado, mas pensei comigo "Então o que o machão ainda procura fazendo filmes com mais de 80 anos de idade?".
Quer se divertir, mas decerto também quer dar algum sentido à sua vida, não?
Acho que desde que se descobriu consciente do maior mistério que o cerca, o homem quer sim, por mais abstrato que isso seja, dar sentido à sua breve passagem.
E quanto mais a gente busca respostas na vida, nos livros, nas artes, mais temos a impressão de que o ponto de interrogação só aumenta.
Mas isso não é impecilho pra se viver bem.
Ao contrário, acho que quanto mais compreensão, ou melhor, incompreensão, mais isso nos liberta.
É como se desistindo de obter o impossível, a gente resolve cuidar do que resta, de preferência das coisas mais importantes.
Quem me inspirou a escrever sobre isso foi minha mãe.
Quando lecionava numa fazenda perto de Bauru, nos tempos em que professor da escola pública ainda tinha algum respeito - antes do Maluf - minha mãe serviu com dignidade no papel de educadora de crianças.
Ela me disse que além das aulas, ainda tinha que dar expediente preparando a merenda e até fazendo a faxina da sala de aula.
Às vezes até libertando um ou outro aluno do flagelo de uma infestação de piolhos.
Pois é, minha mãe, fiel à sua vocação e dentro de seu limite de compreensão da vida, pode ter ajudado a lapidar a sensibilidade em algumas pequenas almas.
Obrigado mãe, pai e a todos os meus mestres.

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