quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ar fresco


Essa imagem aí de cima de uma pessoa com os braços abertos tomando vento na cara é um dos maiores clichês da publicidade.
Tipo assim, 11 entre cada 10 anunciantes já utilizaram imagem desse naipe para passar idéias como liberdade, bem-viver, saúde, etc.
Ou seja, fresh ar que de fresh não tem nada.
Mas quando estou no escritório, travado em alguma tarefa ou embotado em pensamentos, nada como pegar o elevador e dar uma voltinha lá embaixo, em busca de ar fresco, que na nossa cidade está cada vez menos oxigenante.
Só que a culpa não é só dos escapamentos ou chaminés.
A falta de oxigênio vem de um mundo cada vez menos inspirador também, com o perdão do trocadilho.
Eu sei, viver desse jeito, com contas de mais e tempo livre de menos, é limitante.
E a rotina,você sabe, é aquele buraco que a gente cai e não sai mais.
Mas desculpe, eu sou teimoso.
Mais do que isso, sou romântico.
Não quero me conformar com esse mundo sabor de isopor.
Prezo a originalidade, a chama instigante que não se conforma com a reprodução barata.
Mais Federer e menos Nadal.
Mais Neymar e menos Paulinho.
A eficiência é ótima para os lucros, mas é insuficiente para os nossos corações.
Ok, a vida é cíclica, a moda é vintage, o mundo é um museu de grandes novidades.
Mas o dever de aprender duas línguas ou acompanhar a bolsa não pode excluir a poesia.
Não deixemos que os sonhadores virem pandas.
Que a gente não respire por hábito, mas respire fundo por legítima inspiração.


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