segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Somos ou não somos complexos?



Quando a gente se depara com uma daquelas fases negras, sempre tem algum amigo simplista que puxa aquela surrada sabedoria de gaveta "a vida é simples, a gente é que complica".
Mas será mesmo que o culpado somos nós?
Não bastasse a vida ser difícil, a gente ainda tem que carregar a culpa por ser o causador da complicação?
Isso me faz lembrar daquela aula de ciências sociais (ou coisa parecida) do colégio, onde me foi apresentada a pirâmide de Maslow.
Aquela ilustrada aí em cima, que coloca nossas necessidades numa ordem hierárquica, partindo do pressuposto que o homem só se lançaria a novas aspirações após satisfazer as mais prementes.
Em resumo, só depois de garantir a sobrevivência é que você vai pensar em lazer, ligações afetivas, etc.
Mas uma conversa com uma amiga me fez refletir sobre o quanto teorias simplificadoras podem estar equivocadas.
Ela, que faz trabalho social e teve as mais diversas experiências em favelas atendendo pessoas muito carentes, concluiu que há sim necessidade de alimentar corações e mentes paralelamente àquela de encher o estômago.
Afinal, pobres ou ricos, de dinheiro,espírito ou saúde, todos carregamos conosco nosso consciente, o que já nos distingue dos que agem só com o instinto.
Lembro-me do Jorge, um humilde ex-colega de trabalho que um dia, ao ver passar o arrogante presidente da empresa, me confessou preferir receber um sonoro "bom dia" do esnobe executivo a um aumento salarial.
Viu? Dinheiro não é mesmo resposta para tudo.
Somos complexos, sim, graças a Deus.
E que os doutores Maslow da vida não me venham com gráficos e simplicações.

Um comentário:

  1. "Não bastasse a vida ser difícil, a gente ainda tem que carregar a culpa por ser o causador da complicação?"
    Eita... você tirou um peso das minhas costas. Valeu!

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