sábado, 11 de julho de 2009

A romaria eletrônica


Eu já tinha ido a Santa Efigênia, não lembro quando e nem para quê.
Não sendo fã de eletrônicos, minha curiosidade em pôr os pés ali de novo era tão pequena quando da vez de estréia. Fui, debaixo de uma chuva chatíssima, porque me obriguei a pesquisar equipamentos mais em conta para montar um home theater - bem, qualidade de imagem e som para ver meus filminhos eu prezo.
Para quem não é de São Paulo, a Santa Efigênia é a rua dos equipamentos elétricos e eletrônicos. Tem de tudo, desde lâmpadas até equipamentos profissionais de som, passando por instrumentos musicais, computadores, videogames, softwares, etc.
A Sta Efigênia está para os eletrônicos assim como a Rebouças está para lojas de noivas, Teodoro está para móveis, Duque de Caxias está para auto-peças, entre muitas outras ruas temáticas de comércio que São Paulo coleciona.
Hoje tive uma pequena amostra do fascínio que eletrônicos exercem sobre o cidadão comum. Não fosse assim, não haveria uma enxurrada de ofertas tão grande quanto a enxurrada de água que corria aos nossos pés.
A Santa Efigênia é o baixo meretrício dos tarados por gadgets.
Se eu gostasse mais de eletrônicos, essa minha epopéia pela Santa Efigênia teria rendido mais do que roupas encharcadas e alguns pedaços de papel com cotações de preço anotadas.
Mas não deixou de ser, digamos, uma experiência antropológica interessante.
Soube, por exemplo, que 60% dos clientes de uma loja de som profissional eram igrejas, mostrando que a fé está falando e cantando mais alto nos altares do que bandas nos palcos.
E a julgar pelo movimento intenso apesar do pé d´água que caía, os Mamomas estavam certos, a felicidade do povo é mesmo um crediário nas Casas Bahia. Estão aí os devotos de Santa Efigênia que não me deixam mentir.

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