O futebol é uma grande fonte de gírias e metáforas da linguagem do nosso dia-a-dia.
Mas não chega perto da contundência das nossas referências sexuais.
Gírias e metáforas sexuais entram - ou penetram - em nossas vidas muito antes da primeira vez.
Uma criança "boca-suja" mal sabe o que isso significa, apenas repete a fala dos adultos e coleguinhas de escola, e acaba achando divertido levar pito por isso.
Mais tarde, talvez por força do hábito - mas eu acredito que pela importância que o sexo tem na vida humana - os termos sexuais se tornam insubstituíveis para dar peso ao que falamos.
Dizer que algo é "fudido" é mais do que ótimo, excelente, fora de série, qualquer adjetivo mais comportado. Um equivalente para isso é o menos usual "do caralho".
No outro sentido, "Tá querendo me fuder?" não é um convite, mas um desabafo de alguém que se sente prejudicado.
"Coitado" quase ninguém se dá conta que vem de "coito", ou seja, o "coitado" está "fudido" e não sabe.
"Nem por um caralho" é quase a impossibilidade total.
Soltar um "puta que o pariu" em alto e bom som é alívio imediato para aquela batida do pé no pé da cama.
E por aí vai, o repertório é extenso e daria mais exemplos não fosse esse cu de memória que eu tenho.
Mas já deu pra perceber - hã, quem deu? - que o palavrão tem lugar cativo no dicionário do dia-a-dia.
Aliás, quando ensinamos palavrões para nossos amigos estrangeiros, nada mais fazemos do que passar para eles o básico para se virar pelas ruas do Brasil afora.
Por que somos mais boca suja do que os outros povos? Tsc, tsc, tsc, what the fuck?
sábado, 16 de janeiro de 2010
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