segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Hipocondria na mídia
Já reparou na avalanche de séries sangrentas nos canais de tv?
Pois é, não faltam opções de seriados policiais e hospitalares para vampirinhos de plantão.
Daí eu pergunto, por que tanta hipocondria?
Por que tanta gente interessada em mortes, doenças, desgraça, sofrimento?
Ora, o interesse pelo sangue alheio não vem de ontem. Estão aí os telejornais e os Datenas da vida, que há tantos anos baseiam suas pautas em saraivada de balas.
Talvez uma maior oferta de canais só tenha evidenciado o sucesso que o apelo da violência faça no mundo inteiro.
Em especial nos EUA, onde essas séries são produzidas, e cuja origem da mentalidade paranóica não data de 11 de setembro de 2001.
Não estou aqui fazendo a apologia da censura nem da programação que feche os olhos para a realidade das nossas ruas.
Não seria coerente com a acertada diretriz do cinema nacional, que insiste em abrir nossos olhos para o estado de falência social.
Só acho estranho que nós, habitantes de grandes metrópoles, depois de nos recolher do ambiente inóspito das ruas, encontremos refúgio nos C.S.I. da vida.
Será que precisamos testemunhar que o cotidiano poderia ser ainda mais violento?
Ou é uma vontade reprimida de esganar o chefe?
Ou ainda, uma descarga catártica indispensável para sermos pais e filhos mais amorosos em casa?
Sei lá.
A mim me parece, como diria a Lúcia, uma hipocondria coletiva.
E para hipocondria, infelizmente não há remédio nem terapia que chegue.
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