sexta-feira, 26 de agosto de 2011
O coração
O maior conselheiro que tenho na vida não diz palavras sábias, só um "tum-tum" ininterrupto.
É ouvindo esse "tum-tum", que quando acelera para um "tum-tum-tum-tum" geralmente quer dizer sim, que procuro tomar as decisões mais importantes.
Não é aconselhável ouvi-lo para fazer opções, por exemplo, financeiras. Mas mesmo nessa praia que não domino, o coração também tem lá suas razões, que a própria razão desconhece, para aprovar ou não uma atitude.
Costumamos atribuir à intuição as boas escolhas que fazemos, acreditando que esta reside em algum canto obscuro, inexplorado do cérebro. Mas por que não se considera que esse mocó pode estar dentro do coração?
Pois se considerássemos que o coração tem sim uma inteligência, a ele não caberia apenas as escolhas do amor, que quando tidas como equivocadas, relegam ao órgão o papel de ludibriado da história.
O coração é músculo involuntário, mas as escolhas feitas por sua indicação não tem nada de involuntárias.
Pelo contrário, costumam ser as mais acertadas.
Portanto, evitar entupir seus vasos não representa apenas precauções médicas, mas também não se fechar aos seus conselhos.
A meu ver, existem duas maneiras de se morrer do coração.
Uma é a morte fatídica a que estão mais sujeitos os cardíacos.
A outra, é a morte em vida daqueles que não mais o escutam.
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