segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Nosso 11 de setembro
Minha irmã está vindo com a família para São Paulo e perguntou se eu estaria em casa no dia.
No caso, 11 de setembro.
Lembrando disso, agora me dou conta que já faz 10 anos do evento fatídico.
E que também já faz quase 11 anos da virada do ano 2000, que se não foi a virada real do milênio, o foi emblematicamente.
Para minha mãe, os reveillons são sempre complicados, desde que minha avó se foi exatamente num 31 de dezembro.
Enfim, para todo mundo devem existir várias datas fatídicas marcantes, seja por morte de parentes e amigos queridos, por fim de relacionamentos, por esquecimento de aniversários, por tragédias mundiais.
Para mim, o esquecimento do 11 de setembro vindouro me fez pensar que, se a data está longe de ser desprezível no calendário, ela o é pela distância dos nossos próprios problemas cotidianos.
Por aqui as maiores ameaças à nossa integridade física continuam sendo assaltantes, motoristas bêbados, doenças respiratórias pela má qualidade do ar, stress urbano, tributação abusiva.
Problemas de terceiro mundo ao qual o Brasil ainda pertence, embora a direita econômica festiva insista em apregoar o contrário.
Resumindo, o desafio continua sendo sobreviver a cada dia com a maior dignidade possível, driblando os motoqueiros desavisados e desfrutando nossas poucas horas livres diárias da maneira mais criativa e libertária.
Tragédia de tupiniquim é não conseguir fechar a conta no fim do mês.
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