Quando alguém reclama da vida, eu sempre digo para olhar para baixo, para quem não tem quase nada.
E muitas vezes sou retrucado com um "não quero me comparar com quem está na pior, quero ser mais feliz do que já sou".
Pois eu digo que é bom sim olhar para as vidas desgraçadas pelo destino.
Além de exemplos próximos, recorra também ao cinema, a filmes como "Incêndios".
É a história de Nawal Marwan, narrada a partir da busca de seu passado após sua morte, através de seus filhos gêmeos.
Eles terão que encontrar seu pai e seu irmão desconhecidos, numa epopéia que revelará toda a rica e trágica biografia de Nawal.
Começando pela opressão de quem vive em meio à intolerância política-religiosa, somada ao fato de ser mulher no mundo árabe.
Quando Nawal decide contrariar as regras, começa uma sucessão de acontecimentos que a atiram de encontro a um destino atavicamente cruel, como é o das mulheres árabes que ousam escapar do script machista passado de mãe para filha.
"Incêndios" traz uma estrutura narrativa parecida com "Pontes de Madison", onde uma mãe busca a redenção com seu passado através do perdão dos filhos.
Assim como em "Pontes",descobre-se ao final que o amor de mãe sempre prevalece.
domingo, 1 de dezembro de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Monsieur Lazhar
Acabo de assistir "Monsieur Lazhar", um filme pequeno e delicado.
Não é filme memorável, mas também não passou despercebido.
A história acontece numa escola canadense do lado francês, onde uma professora recentemente se suicidou in loco e é substituída por um argelino, que também teve sua família morta em um incêndio criminoso.
A desorientação da turma de alunos da professora suicida encontra no professor recém-chegado um conforto inesperado, visto que este também tenta se adaptar à perda da família, ao mesmo tempo em que postula na justiça a condição de refugiado requerendo asilo político.
O filme, ainda que se passe numa escola de classe alta, me fez pensar na importância que o papel do professor sempre teve na formação de cidadãos.
Me fez entender o quanto o professor também é psicólogo, amigo, segundo pai ou segunda mãe.
E me fez lamentar que nosso sistema de ensino está longe de ser uma Brastemp, aliás, não chega a Dako.
Culpa das políticas que priorizam feitos eleitoreiros, em detrimento de investir na maior riqueza que um país pode ter, que é um povo instruído.
Como resultado, em vez de estarmos brigando pela educação, sustentamos debates sobre a maioridade penal, a pena máxima e outras medidas que sabemos paliativas.
O que resolve mesmo é sala de aula, é trazer as cabecinhas para o bem antes que seja tarde.
E fazê-las se apaixonar pelo conhecimento, pelas artes, até pela educação física.
Dizem que o problema não é a porcentagem do PIB, mas a ingerência de verba que resulta em nosso pífio desempenho educacional.
Acho que é tudo isso e mais o desdém, o deixar de lado, o fazer nas coxas, o tô nem aí.
Está faltando amor na sala de aula, como no filme do professor Lazhar.
Não é filme memorável, mas também não passou despercebido.
A história acontece numa escola canadense do lado francês, onde uma professora recentemente se suicidou in loco e é substituída por um argelino, que também teve sua família morta em um incêndio criminoso.
A desorientação da turma de alunos da professora suicida encontra no professor recém-chegado um conforto inesperado, visto que este também tenta se adaptar à perda da família, ao mesmo tempo em que postula na justiça a condição de refugiado requerendo asilo político.
O filme, ainda que se passe numa escola de classe alta, me fez pensar na importância que o papel do professor sempre teve na formação de cidadãos.
Me fez entender o quanto o professor também é psicólogo, amigo, segundo pai ou segunda mãe.
E me fez lamentar que nosso sistema de ensino está longe de ser uma Brastemp, aliás, não chega a Dako.
Culpa das políticas que priorizam feitos eleitoreiros, em detrimento de investir na maior riqueza que um país pode ter, que é um povo instruído.
Como resultado, em vez de estarmos brigando pela educação, sustentamos debates sobre a maioridade penal, a pena máxima e outras medidas que sabemos paliativas.
O que resolve mesmo é sala de aula, é trazer as cabecinhas para o bem antes que seja tarde.
E fazê-las se apaixonar pelo conhecimento, pelas artes, até pela educação física.
Dizem que o problema não é a porcentagem do PIB, mas a ingerência de verba que resulta em nosso pífio desempenho educacional.
Acho que é tudo isso e mais o desdém, o deixar de lado, o fazer nas coxas, o tô nem aí.
Está faltando amor na sala de aula, como no filme do professor Lazhar.
domingo, 6 de janeiro de 2013
medaaaa...
Nesse fim de semana fui a um parque e dei uma volta no trem fantasma com meu sobrinho de 6 anos.
Pensei que ele fosse ficar com medo, mas quem acabou sentindo um friozinho na barriga fui eu, quando um funcionário travestido de zumbi me deu um susto ao final da volta.
No meu tempo, quando frequentava os parques de exposições agropecuárias da minha cidade, o trem fantasma e a monga ainda eram ícones, mitos do imaginário infantil.
O truque da monga, da bela mulher se transformando no gorila, habitava nosso imaginário de criança a ponto de temer passar uma noite em claro se presenciássemos a metamorfose.
Outro clássico era o festival de terror no principal cinema de bauru, uma semana de exibições de filmaços do gênero, com reprises de "Exorcista", "O iluminado" e outros campeões do gênero.
Era a chance de, lá pelos 10 anos de idade, burlar a censura e adentrar um universo ao mesmo tempo atraente e horripilante, que me custou algumas noites dormindo de luz acesa.
Eram outros tempos, anterior à banalização da violência do circo da mídia, onde invasões de escola com metralhadoras e dar pedaços de gente a cachorros se confunde com séries de ficção e jogos de videogame.
Hoje imagino que os criadores de filmes e séries de terror devem fazer das tripas coração para colocar um produto ao menos decente nas telas.
Definitivamente, os medos atuais mudaram de cara.
São igualmente temerosos como o pavor de envelhecer, de não fazer sucesso, do amanhã incerto, de não receber os likes das redes sociais.
Embora os chamados filmes de terror devessem invocar nossos mais profundos temores, os escondidos nos escaninhos do subconsciente, não tenho visto produções capazes disso.
Falta criatividade, como em toda Hollywood, em produções A, B ou que o valha.
Mas acima de tudo, já não resta aquele mistério que me assaltava quando entrava no hall do cinema na semana do terror, decorado com profusão de caixões, cruzes, figuras demoníacas e mórbidas.
Onde algum zumbi poderia estar à espreita arás da cortina, para me pregar um belo susto.
Pensei que ele fosse ficar com medo, mas quem acabou sentindo um friozinho na barriga fui eu, quando um funcionário travestido de zumbi me deu um susto ao final da volta.
No meu tempo, quando frequentava os parques de exposições agropecuárias da minha cidade, o trem fantasma e a monga ainda eram ícones, mitos do imaginário infantil.
O truque da monga, da bela mulher se transformando no gorila, habitava nosso imaginário de criança a ponto de temer passar uma noite em claro se presenciássemos a metamorfose.
Outro clássico era o festival de terror no principal cinema de bauru, uma semana de exibições de filmaços do gênero, com reprises de "Exorcista", "O iluminado" e outros campeões do gênero.
Era a chance de, lá pelos 10 anos de idade, burlar a censura e adentrar um universo ao mesmo tempo atraente e horripilante, que me custou algumas noites dormindo de luz acesa.
Eram outros tempos, anterior à banalização da violência do circo da mídia, onde invasões de escola com metralhadoras e dar pedaços de gente a cachorros se confunde com séries de ficção e jogos de videogame.
Hoje imagino que os criadores de filmes e séries de terror devem fazer das tripas coração para colocar um produto ao menos decente nas telas.
Definitivamente, os medos atuais mudaram de cara.
São igualmente temerosos como o pavor de envelhecer, de não fazer sucesso, do amanhã incerto, de não receber os likes das redes sociais.
Embora os chamados filmes de terror devessem invocar nossos mais profundos temores, os escondidos nos escaninhos do subconsciente, não tenho visto produções capazes disso.
Falta criatividade, como em toda Hollywood, em produções A, B ou que o valha.
Mas acima de tudo, já não resta aquele mistério que me assaltava quando entrava no hall do cinema na semana do terror, decorado com profusão de caixões, cruzes, figuras demoníacas e mórbidas.
Onde algum zumbi poderia estar à espreita arás da cortina, para me pregar um belo susto.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Abaixo a indoor city
Alguns dias atrás o pessoal aqui do escritório reproduziu uma cena de um comercial de automóvel onde todo mundo fica maravilhado com um mísero pôr do sol.
Foi um pôr do sol muito bonito mesmo, de um tom que raramente vi nessa metrópole sem horizontes.
Mas ainda assim um mísero pôr do sol.
Não, eu não perdi a poesia.
Apenas constatei o quanto estamos carentes da poesia da natureza.
A gente constata isso quando, apreciando o horizonte no mar, longe das buzinas, sente a força da maré refrear o sangue nas veias.
Mas confesso que não sou da praia nem do mato.
Me considero bicho adestrado, bem adaptado ao viveiro urbano.
O problema é a qualidade do viveiro que nos oferecem.
Por exemplo, adoro andar a pé, mas raramente o faço aqui, seja pelo desconforto do transporte público ou pela pressa de cumprir vários compromissos num dia.
Outro motivo é a falta de vocação pedestre de São Paulo.
Calçadas estreitas, quase sempre sujas ou batizadas com dejetos caninos, escassez de praças, de parques, e pródigas em miséria e mendicância.
O pedestre paulistano é um refugiado em sua própria cidade, castigado pela escassez de calçadões, passarelas, linhas de metrô e respeito dos motoristas.
O organismo urbano sofre de trombose, com suas vias coaguladas de carros e pessoas ansiosas por chegar ao seu destino.
Se a vida na grande metrópole é solitária, um dos motivos é sua carência de mobilidade, que impede a exploração livre de pessoas e cantos ocultos.
São Paulo precisa de menos apartamentos e mais espaços públicos, para a gente não ficar com a impressão de que habitar uma cidade é transitar por casulos.
Anseio pela construção de mais linhas de metrô, fura-filas, bondes, calçadas e boulevards.
Com uma chave a menos no bolso, a do carro, teremos uma cidade mais escancarada para todos.
Foi um pôr do sol muito bonito mesmo, de um tom que raramente vi nessa metrópole sem horizontes.
Mas ainda assim um mísero pôr do sol.
Não, eu não perdi a poesia.
Apenas constatei o quanto estamos carentes da poesia da natureza.
A gente constata isso quando, apreciando o horizonte no mar, longe das buzinas, sente a força da maré refrear o sangue nas veias.
Mas confesso que não sou da praia nem do mato.
Me considero bicho adestrado, bem adaptado ao viveiro urbano.
O problema é a qualidade do viveiro que nos oferecem.
Por exemplo, adoro andar a pé, mas raramente o faço aqui, seja pelo desconforto do transporte público ou pela pressa de cumprir vários compromissos num dia.
Outro motivo é a falta de vocação pedestre de São Paulo.
Calçadas estreitas, quase sempre sujas ou batizadas com dejetos caninos, escassez de praças, de parques, e pródigas em miséria e mendicância.
O pedestre paulistano é um refugiado em sua própria cidade, castigado pela escassez de calçadões, passarelas, linhas de metrô e respeito dos motoristas.
O organismo urbano sofre de trombose, com suas vias coaguladas de carros e pessoas ansiosas por chegar ao seu destino.
Se a vida na grande metrópole é solitária, um dos motivos é sua carência de mobilidade, que impede a exploração livre de pessoas e cantos ocultos.
São Paulo precisa de menos apartamentos e mais espaços públicos, para a gente não ficar com a impressão de que habitar uma cidade é transitar por casulos.
Anseio pela construção de mais linhas de metrô, fura-filas, bondes, calçadas e boulevards.
Com uma chave a menos no bolso, a do carro, teremos uma cidade mais escancarada para todos.
domingo, 23 de setembro de 2012
De olhos bem fechados
Estou longe, mas muito longe de ser um engajado.
Acho que nem tenho conhecimento político e econômico para debater medianamente os problemas brasileiros.
Faço parte de um contingente que não se interessa ou talvez ache improdutivo discutir o chove no molhado que se tornou a vida pública brasileira.
Mas isso não me exime de me preocupar com o baixo nível de envolvimento dos cidadãos com aquilo que lhe diz diretamente respeito.
Se você sai de casa todo dia numa cidade como São Paulo, já se depara com inúmeros problemas que são consequência de uma ingerência dos recursos públicos de dar vergonha.
Engarrafamentos, poluição, miséria, a eterna sensação de insegurança, só para citar algumas das chagas urbanas que deixam a rotina mais dura pra todos nós.
Dá raiva imaginar que os recursos que poderiam constar no orçamento de algumas soluções são quase sempre mal empregados ou desviados corruptamente.
É chato ir e voltar ao eterno debate, mas deixar o assunto morrer pode ser pior.
Já me acostumei a ouvir um "vamos mudar de assunto" toda vez que tentei inserir na conversa de almoço a pouca aprazível pauta da política.
É inevitável se sentir um mala por apenas reclamar e não fazer nada para mudar.
Não participo de ONGs, não distribuo panfletos, não engrosso passeatas, não sou médico solidário, não ajudo em base comunitária de porra nenhuma.
Sou apenas mais um brasileiro indignado com esse eterna gana de levar vantagem, que parece ser uma doença congênita de quem nasce por aqui.
Vivemos num país de espertos, que não vão largar as tetas enquando a vaca gorda der leite.
Pena.
Esse maré de crescimento econômico camufla a estagnação do sistema, que depende de reformas para realizar mudanças profundas na sociedade.
O país está melhorando sim.
Mas e a consciência do nosso povo, melhora na mesma medida?
Para mim as pessoas estão se lambuzando com uma euforia passageira.
E brasileiro de barriga cheia é um perigo.
A tendência é deitar na rede para curtir uma leseira e deixar o trem-bala da mudança real passar.
De olhos bem fechados.
Acho que nem tenho conhecimento político e econômico para debater medianamente os problemas brasileiros.
Faço parte de um contingente que não se interessa ou talvez ache improdutivo discutir o chove no molhado que se tornou a vida pública brasileira.
Mas isso não me exime de me preocupar com o baixo nível de envolvimento dos cidadãos com aquilo que lhe diz diretamente respeito.
Se você sai de casa todo dia numa cidade como São Paulo, já se depara com inúmeros problemas que são consequência de uma ingerência dos recursos públicos de dar vergonha.
Engarrafamentos, poluição, miséria, a eterna sensação de insegurança, só para citar algumas das chagas urbanas que deixam a rotina mais dura pra todos nós.
Dá raiva imaginar que os recursos que poderiam constar no orçamento de algumas soluções são quase sempre mal empregados ou desviados corruptamente.
É chato ir e voltar ao eterno debate, mas deixar o assunto morrer pode ser pior.
Já me acostumei a ouvir um "vamos mudar de assunto" toda vez que tentei inserir na conversa de almoço a pouca aprazível pauta da política.
É inevitável se sentir um mala por apenas reclamar e não fazer nada para mudar.
Não participo de ONGs, não distribuo panfletos, não engrosso passeatas, não sou médico solidário, não ajudo em base comunitária de porra nenhuma.
Sou apenas mais um brasileiro indignado com esse eterna gana de levar vantagem, que parece ser uma doença congênita de quem nasce por aqui.
Vivemos num país de espertos, que não vão largar as tetas enquando a vaca gorda der leite.
Pena.
Esse maré de crescimento econômico camufla a estagnação do sistema, que depende de reformas para realizar mudanças profundas na sociedade.
O país está melhorando sim.
Mas e a consciência do nosso povo, melhora na mesma medida?
Para mim as pessoas estão se lambuzando com uma euforia passageira.
E brasileiro de barriga cheia é um perigo.
A tendência é deitar na rede para curtir uma leseira e deixar o trem-bala da mudança real passar.
De olhos bem fechados.
sábado, 15 de setembro de 2012
A educação
O Clint Eastwood, em uma entrevista, disse que os maricas surgiram a partir do momento em que as pessoas começaram a procurar um sentido para a vida.
Achei engraçado, mas pensei comigo "Então o que o machão ainda procura fazendo filmes com mais de 80 anos de idade?".
Quer se divertir, mas decerto também quer dar algum sentido à sua vida, não?
Acho que desde que se descobriu consciente do maior mistério que o cerca, o homem quer sim, por mais abstrato que isso seja, dar sentido à sua breve passagem.
E quanto mais a gente busca respostas na vida, nos livros, nas artes, mais temos a impressão de que o ponto de interrogação só aumenta.
Mas isso não é impecilho pra se viver bem.
Ao contrário, acho que quanto mais compreensão, ou melhor, incompreensão, mais isso nos liberta.
É como se desistindo de obter o impossível, a gente resolve cuidar do que resta, de preferência das coisas mais importantes.
Quem me inspirou a escrever sobre isso foi minha mãe.
Quando lecionava numa fazenda perto de Bauru, nos tempos em que professor da escola pública ainda tinha algum respeito - antes do Maluf - minha mãe serviu com dignidade no papel de educadora de crianças.
Ela me disse que além das aulas, ainda tinha que dar expediente preparando a merenda e até fazendo a faxina da sala de aula.
Às vezes até libertando um ou outro aluno do flagelo de uma infestação de piolhos.
Pois é, minha mãe, fiel à sua vocação e dentro de seu limite de compreensão da vida, pode ter ajudado a lapidar a sensibilidade em algumas pequenas almas.
Obrigado mãe, pai e a todos os meus mestres.
Achei engraçado, mas pensei comigo "Então o que o machão ainda procura fazendo filmes com mais de 80 anos de idade?".
Quer se divertir, mas decerto também quer dar algum sentido à sua vida, não?
Acho que desde que se descobriu consciente do maior mistério que o cerca, o homem quer sim, por mais abstrato que isso seja, dar sentido à sua breve passagem.
E quanto mais a gente busca respostas na vida, nos livros, nas artes, mais temos a impressão de que o ponto de interrogação só aumenta.
Mas isso não é impecilho pra se viver bem.
Ao contrário, acho que quanto mais compreensão, ou melhor, incompreensão, mais isso nos liberta.
É como se desistindo de obter o impossível, a gente resolve cuidar do que resta, de preferência das coisas mais importantes.
Quem me inspirou a escrever sobre isso foi minha mãe.
Quando lecionava numa fazenda perto de Bauru, nos tempos em que professor da escola pública ainda tinha algum respeito - antes do Maluf - minha mãe serviu com dignidade no papel de educadora de crianças.
Ela me disse que além das aulas, ainda tinha que dar expediente preparando a merenda e até fazendo a faxina da sala de aula.
Às vezes até libertando um ou outro aluno do flagelo de uma infestação de piolhos.
Pois é, minha mãe, fiel à sua vocação e dentro de seu limite de compreensão da vida, pode ter ajudado a lapidar a sensibilidade em algumas pequenas almas.
Obrigado mãe, pai e a todos os meus mestres.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Porque eu não gosto do UFC
Nunca fui de briga.
Ok, saí no pau com irmãos e às vezes exagerei, mas sabe como é irmão, conhece nossas feridas e sabe cutucá-las como ninguém.
Mas fora de casa, lembro que me meti em um ou outra confusão na adolescência e só.
Teve vezes em que me senti covarde ao não comprar a briga de algum colega, mas enfim, a chance de um garoto franzino e sem o cacoete da luta como eu se dar mal, era grande.
Antes pensava se ter fugido da briga poderia fazer falta lá na frente, se a ausência de cascudos deixaria minha couraça emocional mais frágil.
Depois a gente descobre que há várias maneiras de moldar seu caráter e não necessariamente passam pelo corredor do pronto socorro.
Há decepções amorosas, profissionais, medalhas que deixamos de ganhar, vestibulares que não passamos, investimentos que deram prejuízo, assaltos, um sem número de reveses mais do que suficientes para testar sua tenacidade.
Para mim, que não pratiquei arte marcial alguma, nem mesmo um batismo de judô, conversas sobre lutas nunca passaram de curiosidade.
Assim também considero o MMA.
As pessoas ficam histéricas às vésperas de uma grande luta do UFC, principalmente envolvendo super-campeões como Anderson Silva.
Sei que mexe com nossos sentimentos mais baixos, mas sinceramente, há muitas formas de expurgar meus demônios.
A subjugação física fica inclusive aquém da psicológica, essa sim uma violência que deixa cicatrizes mais profundas, mas ao menos não no rosto ou na coluna.
Só porque a violência nesse "esporte" está dentro das regras, não quer dizer que eu vá aprová-la.
Aliás, eu desconfio daqueles que quase salivam ao comentar como um lutador arrancou os dentes de seu oponente ou lhe fraturou a clavícula sem dó.
Isso eu acho normal no Macarrão, no serial do Realengo, na Sra Yoki.
Mas até tu, Brutus?
Ok, saí no pau com irmãos e às vezes exagerei, mas sabe como é irmão, conhece nossas feridas e sabe cutucá-las como ninguém.
Mas fora de casa, lembro que me meti em um ou outra confusão na adolescência e só.
Teve vezes em que me senti covarde ao não comprar a briga de algum colega, mas enfim, a chance de um garoto franzino e sem o cacoete da luta como eu se dar mal, era grande.
Antes pensava se ter fugido da briga poderia fazer falta lá na frente, se a ausência de cascudos deixaria minha couraça emocional mais frágil.
Depois a gente descobre que há várias maneiras de moldar seu caráter e não necessariamente passam pelo corredor do pronto socorro.
Há decepções amorosas, profissionais, medalhas que deixamos de ganhar, vestibulares que não passamos, investimentos que deram prejuízo, assaltos, um sem número de reveses mais do que suficientes para testar sua tenacidade.
Para mim, que não pratiquei arte marcial alguma, nem mesmo um batismo de judô, conversas sobre lutas nunca passaram de curiosidade.
Assim também considero o MMA.
As pessoas ficam histéricas às vésperas de uma grande luta do UFC, principalmente envolvendo super-campeões como Anderson Silva.
Sei que mexe com nossos sentimentos mais baixos, mas sinceramente, há muitas formas de expurgar meus demônios.
A subjugação física fica inclusive aquém da psicológica, essa sim uma violência que deixa cicatrizes mais profundas, mas ao menos não no rosto ou na coluna.
Só porque a violência nesse "esporte" está dentro das regras, não quer dizer que eu vá aprová-la.
Aliás, eu desconfio daqueles que quase salivam ao comentar como um lutador arrancou os dentes de seu oponente ou lhe fraturou a clavícula sem dó.
Isso eu acho normal no Macarrão, no serial do Realengo, na Sra Yoki.
Mas até tu, Brutus?
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